Marcelo Fedrá e Manuela Trindade
Você bateu lá em casa
Falando mil impropérios
Que eu disse de sonhos de estradas
De amores e de mistérios
Promessa de madurgada
Não é pra levar a sério
É como acender o isqueiroCom o cigarro apagadoGuiar um bom nevoeiroCheio de carro enguiçadoÉ como matar o goleCom a sede de não ter águaEntão desnudar a peleDepois de vestir a anágua
Você cobrou coerência
Com as duas mãos na cintura
Viu juras numa hortência
colhida por aventura
Mas madrugada, paciência
Não tem certezas diurnas
A noite leva a cadência
A ingenuidade se enfurna
No meu gorjeio ou gemidoVocê viu uma frase inteiraEncharcando de sentidoCoisas bobas, costumeirasNão queira saber de tudoMais vale o todo que o cadaA noite é um soluçoNo esforço de mil palavras