Um a zero fora o baile

Como uma língua que não tem adjetivo, já que o verbo encerra o ato e o acabamento, como um samba do Caymmi que aconchega a boca. Cochilo num canto da tarde. Não é passar bem, passar certo, passar longo, azul ou passarinho. Outra coisa é dar um recado - que ninguém se intrometa! Dai que não é passe, é cochicho.

Do futebol nasceram o solo de violoncelo, o dengo e o brigadeiro na colher.

A bola veio a passeio com a cara metida pra fora da janela. Não tem coleira, não sabe truques. Concentrada em ser redonda é o que basta. Enquanto do drible fala Quintana sobre a mentira: a verdade que se esqueceu de acontecer.

Uma equipe faz da outra um time, vá-lá, bem intencionado: quando um time joga futebol, seu adversario é obrigado a escolher outro esporte. Busca avançada de bola, cachorro mordendo o rabo e, mais comumente, bobo honoris causa.

Porque a beleza parece óbvia - e a rima, um desejo inevitável da palavra. Sem chutologia para o lado e com o nariz formado em casa calibrando para frente. Gramado impecável, mas a paixão puindo por dentro.

Um a zero a gente.

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