Raphael Gemal e Manuela Trindade
Ele chega no samba
Cheio de penduricalho
Numa mão traz o pandeiro
Na outra traz um chocalho
Vem cheio de conversa
Cheio de porquê
E o seu vocabulário
É um dicionário de clichê
Tá pensando o quê, mané?
Derrama a cerveja fora do copo
Vai tirando o povo do sério
Esticado o olho pro lugar errado
Pede samba que já foi cantado
Quando ele ficar calado
Vou mandar esse recado
Chega devagarÉ pelas pontas que se tentaLá no miolo a coisa esquentaNão queira o rojãoQue não aguenta
Vai pela borda
Não saia jogando confete
Nem vem pra pintar o sete*
Que malandro que é malandro
Não é manchete
* verso modificado em relação ao que está gravado